Quanto ganha um juiz de futebol? Veja salários da Série A do Brasileirão em 2025

Árbitros da FIFA ganham mais de R$ 7 mil por jogo. Em meio às polêmicas, veja quanto ganha cada função da arbitragem em 2025 — e por que a profissão ainda não é formalizada no Brasil.

Com o Brasileirão a todo vapor e as polêmicas de arbitragem dominando as conversas de bar e redes sociais, uma dúvida comum entre torcedores voltou à tona: afinal, quanto ganha um juiz de futebol no Brasil? A resposta passa por diversos fatores — como o nível de qualificação do árbitro, sua função na equipe de arbitragem e até mesmo a distância que ele precisa percorrer até o estádio.

Em 2025, os valores pagos aos profissionais do apito na Série A do Campeonato Brasileiro foram atualizados e revelados em detalhes em uma planilha obtida pelo GE. O levantamento inclui não só os cachês por partida, como também os valores de diárias e deslocamentos.

Árbitros de elite: quanto ganham os juízes da FIFA e CBF por partida

O topo da tabela salarial é ocupado pelos árbitros com escudo FIFA, que recebem R$ 7.280,00 por partida. Já os árbitros do quadro nacional da CBF faturam R$ 5.250,00 por jogo. A diferença reflete o prestígio e o nível de experiência exigido para alcançar o status internacional.

A valorização dos profissionais também veio com um pequeno reajuste em relação ao ano anterior:

  • +5,05% para os árbitros da FIFA
  • +5% para os da CBF

A medida busca reconhecer a importância da arbitragem qualificada, em meio a um campeonato cada vez mais competitivo e disputado.

Quanto ganha um juiz de futebol? Veja salários da Série A do Brasileirão em 2025

Quanto ganham os assistentes, VAR e demais funções

A equipe de arbitragem é composta por várias funções além do árbitro central. Os assistentes laterais, por exemplo, recebem R$ 4.370,00 se forem do quadro FIFA, e R$ 3.150,00 se forem da CBF.

O mesmo vale para o árbitro de vídeo, o famoso VAR, que tem exatamente os mesmos valores: R$ 4.370,00 (FIFA) e R$ 3.150,00 (CBF). Já o AVAR (assistente do VAR), assim como o AVAR 2, ganha R$ 2.620,00 se for FIFA e R$ 1.890,00 se for CBF.

Além desses, o quarto e quinto árbitros — que atuam principalmente na organização da partida e no controle da área técnica — recebem R$ 1.830,00 (FIFA) ou R$ 1.320,00 (CBF). Já o observador de VAR, responsável por supervisionar as decisões tomadas na cabine de vídeo, recebe R$ 1.970,00 se for do quadro internacional e R$ 1.320,00 se for nacional.

Um cargo que chama atenção por ser menos conhecido é o de Gerente de Qualidade, que atua como uma espécie de supervisor geral da atuação da arbitragem. O valor por partida para essa função é de R$ 870,00, sem distinção entre FIFA ou CBF.

Tabela completa de salários por função

Veja abaixo um resumo dos valores pagos por partida para cada função da equipe de arbitragem, de acordo com o quadro a que pertencem (FIFA ou CBF):

FUNÇÃOQUADRO FIFAQUADRO CBF
Árbitro principalR$ 7.280,00R$ 5.250,00
Assistente (bandeirinha)R$ 4.370,00R$ 3.150,00
VAR (Árbitro de Vídeo)R$ 4.370,00R$ 3.150,00
AVAR / AVAR 2R$ 2.620,00R$ 1.890,00
Quarto / Quinto árbitroR$ 1.830,00R$ 1.320,00
Observador de VARR$ 1.970,00R$ 1.320,00
Gerente de QualidadeR$ 870,00R$ 870,00

Diárias e deslocamentos pagos por jogo

Além dos cachês por jogo, os árbitros recebem diárias e taxas de deslocamento com base na distância entre sua cidade de origem e o local da partida. Esses valores variam entre R$ 160,00 e R$ 990,00, dependendo da quilometragem percorrida e do tipo de transporte utilizado (terrestre ou aéreo).

Há também uma taxa extra de deslocamento urbano de R$ 180,00 para quem reside fora do estado da partida.

Arbitragem no Brasil ainda é informal

Apesar dos valores parecerem competitivos, um dos principais problemas da arbitragem no Brasil continua sendo a falta de profissionalização da categoria.

Hoje, os árbitros são considerados prestadores de serviço:

  • Recebem por partida
  • Não têm vínculo empregatício
  • Não têm salário fixo
  • Não possuem benefícios
  • Carecem de estrutura contínua de desenvolvimento

Isso obriga muitos a conciliar a arbitragem com outras profissões — como policial, professor ou administrador. Essa rotina dupla prejudica a preparação física, os estudos das regras e a análise de jogos.

Em um cenário de altíssima cobrança e uso intenso de tecnologia, como o VAR, a falta de dedicação exclusiva compromete diretamente a qualidade da arbitragem.

O resultado é visível em campo: decisões equivocadas, atrasos nas marcações e interpretações inconsistentes. Tudo isso coloca o árbitro no centro de polêmicas recorrentes e mina a confiança de clubes e torcedores.

Profissionalismo na arbitragem: o modelo da Premier League

Em contraste, países como a Inglaterra tratam a arbitragem como uma carreira profissional formalizada. Na Premier League, os árbitros são contratados pela PGMOL (Professional Game Match Officials Limited) e recebem salário fixo anual mais bônus por jogo.

Isso permite que os árbitros ingleses vivam exclusivamente da arbitragem, com estrutura para treinamentos semanais, acesso a psicólogos, analistas de desempenho, fisioterapeutas e tecnologia de ponta. É uma abordagem que contribui para maior consistência e preparo nas decisões em campo — e ajuda a explicar por que a arbitragem inglesa é referência no mundo todo.

Enquanto isso, no Brasil, apesar da crescente exposição, a arbitragem ainda vive como uma função “meio profissional”, com estrutura limitada e sem reconhecimento institucional proporcional à responsabilidade que carrega.

Como virar árbitro de futebol no Brasil?

Para quem sonha em seguir carreira na arbitragem, o caminho começa pelos cursos oferecidos pelas federações estaduais de futebol.

Requistos:

  • Mínimo de 18 anos
  • Ensino médio completo
  • Formação teórica e prática: regras, ética, preparo físico e decisões em campo

Após a formação inicial, o árbitro começa atuando em competições amadoras e categorias de base, sendo avaliado constantemente. Com o tempo e boas avaliações, pode ascender às divisões profissionais estaduais e, posteriormente, ao quadro da CBF.

O topo da carreira é o escudo FIFA, que depende de indicações da CBF à federação internacional. Além da excelência técnica, é necessário ter fluência em inglês e manter um desempenho de alto nível em competições nacionais e internacionais.

O impacto da falta de estrutura na arbitragem brasileira

Mesmo sendo peça-chave do espetáculo, a arbitragem ainda caminha com limitações estruturais.. Em um cenário onde os erros custam pontos e decisões judiciais milionárias, discutir a profissionalização definitiva da arbitragem pode ser o primeiro passo para evoluir o futebol dentro das quatro linhas.

Se os árbitros brasileiros fossem tratados como atletas de elite, com estrutura de treinamento, dedicação exclusiva e remuneração estável, talvez o jogo — literalmente — começasse a ser outro.

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